A Divindade é relações e a Humanidade também. Quanto mais a Humanidade interage com a Divindade, mais as relações humanas são optimizadas pelo amor de Deus.
A Carta aos Romanos diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).
O Espírito Santo ama com um jeito maternal que, por ser fecundo, gera filhos e filhas para Deus Pai. A primeira Carta de São João diz que ele é a semente de Deus no nosso íntimo (1 Jo 3, 9).
Ao gerar a vida de Deus em nós faz-nos exultar, clamando Abba, isto é, Pai Querido (Gal 4, 4-6).
Todos os que se deixam conduzir pelo Espírito Santo, diz São Paulo, são introduzidos na Família de Deus: Filhos em relação a Deus Pai e irmãos em relação ao Filho de Deus (Rm 8, 14-15).
Como o seu jeito maternal de amar, o Espírito Santo optimizou o amor maternal de Maria, a fim de realizar a sua missão de Mãe do Filho de Deus (Lc 1, 35).
Uma pessoa animada pelo Espírito Santo é incapaz de negar Jesus Cristo, diz a Carta aos Romanos.
Do mesmo modo, ninguém é capaz de reconhecer Jesus como o Senhor ressuscitado, a não ser pelo Espírito Santo (Rm 12, 3).
Por ter a plenitude do Espírito Santo, Jesus deu início ao baptismo no Espírito (Mc 1, 8; Lc 3, 16).
Foi o Espírito Santo que consagrou Jesus para anunciar a Boa Nova aos pobres, Dar vista aos cegos.
Foi ele que capacitou Jesus para fazer caminhar os coxos e iniciar a plenitude dos tempos em que pode acontecer a dinâmica da graça no coração dos seres humanos (Lc 4, 18-21).
Por vezes, Jesus exultava de alegria sob a acção do Espírito Santo, dando início a diálogos maravilhosos com Deus Pai (Lc 10, 21).
Após a sua ressurreição, Jesus consagra os discípulos com a força do Espírito Santo que é que é a Força do Alto (Lc 24, 49).
Para tomarmos parte na plenitude do Reino de Deus, disse Jesus, temos de nascer de novo pela acção do Espírito Santo (Jo 3, 6).
De tal maneira a sua acção é central no projecto salvador de Deus que o pecado contra o Espírito Santo é o único que não tem perdão (Mt 12, 31-32, Mc 3, 29; Lc 12, 10-12).
Pecar contra o Espírito Santo significa bloquear a sua acção salvadora no interior da nossa vida.
Pecar contra o Espírito Santo é negar a evidência dos factos e atribuir a forças maléficas o que resulta da sua acção na vida das pessoas.
A pessoa que chega a uma situação destas anula qualquer possibilidade de encontro e comunhão com Deus e os irmãos.
O pecado contra o Espírito Santo e situação de inferno são uma e a mesma coisa: a oposição sistemática e incondicional às propostas do amor.
Jesus disse que é o Espírito Santo quem nos conduz à Verdade plena e total (Jo 14, 26). O Livro dos Actos dos Apóstolos diz que as pessoas que se deixam conduzir pelo Espírito Santo anunciam as maravilhas de Deus com toda a coragem (Act 4, 31).
São Lucas diz no Livro dos Actos dos Apóstolos que os judeus que martirizaram o diácono Estêvão não conseguiam resistir à sabedoria do Espírito Santo que falava nele (Act 6, 10).
Na verdade, os primeiros cristãos viviam repletos da consolação do Espírito Santo diz o Livro dos Actos dos Apóstolos (Act 9, 31).
Utilizando a simbologia do profeta Joel, a Carta a Tito diz que fomos purificados pelo poder regenerador do Espírito Santo que Cristo derramou abundantemente sobre nós (Tit 3, 5-6).
São Paulo diz que a sua pregação era eficaz, não por ser fruto de qualquer ciência humana, mas por ser uma demonstração do Espírito Santo (1 Cor 2, 4).
Ele é, diz a Carta aos Efésios a garantia da nossa salvação. Eis as suas palavras: “Não contristeis o Espírito Santo com o qual fostes selados para o dia da Salvação (Ef 4, 30).
Com seu jeito maternal de amar, o Espírito Santo conduz-nos a Deus Pai que nos acolhe como filhos e a Deus Filho que nos recebe como irmãos.
Ele é o hálito da vida que Deus Pai introduziu no barro primordial a partir do qual criou Adão (Gn 2, 7).
Com a sua ternura maternal, o Espírito Santo facilita em nós a tarefa da nossa humanização, inspirando gestos e atitudes, decisões e realizações inspirados pelo amor.
Ele é o fruto da Árvore da Vida plantada no centro do Paraíso (cf. Gn 3, 22-23). É também o sangue de Deus a circular em nós, alimentando e robustecendo em nós a vida divina.
São Paulo diz que ele é a força ressuscitadora de Cristo a actuar no nosso coração (Rm 8,11). Ele é o coração da Nova Aliança assente, não na letra que mata, mas no Espírito que vivifica (2 Cor 3, 6).
É o Espírito Santo que confere ritmo e harmonia à génese grandiosa do Universo em gestação. É também a semente de Deus a gerar vida divina nosso íntimo, como diz a primeira Carta de São João (1 Jo 3, 9).
É o dom da plenitude dos tempos que Deus Filho nos concede pelo beijo da Encarnação. Após o pecado de Adão ele inicia a marcha da História Humana, a qual vai culminar na plenitude dos tempos, isto é, no parto que dá lugar ao nascimento do Homem Novo.
Ele é o princípio da Vida Nova que não se degrada. Mesmo que o nosso ser exterior se vá degradando e envelhecendo, diz São Paulo, o nosso interior vai-se robustecendo cada dia mais graças à acção do Espírito Santo (2 Cor 4, 16).
É ele que nos coloca em interacção com a Comunhão dos Santos que habita a morada de Deus.
A morada de Deus é um campo espiritual contínuo de interacções amorosas e que constitui a interioridade máxima do Universo.
Elegeu o nosso coração como ponto de encontro entre nós, a Comunhão Universal dos eleitos cujo coração é a Santíssima Trindade.
Na Primeira Carta aos Coríntios, São Paulo diz que ele habita no nosso coração como num templo (1 Cor 6, 19).
Com o seu jeito maternal de amar ele optimiza as relações de amor entre os seres humanos.
Isto quer dizer que, no nosso íntimo, o Espírito Santo é santo e santificador.
Ele está presente a todas as interacções amorosas que formam o entretecido da Comunhão Amorosa Universal do Reino de Deus.
É a força que vai estruturando a Nova Criação, isto é, a Humanidade reconciliada com Deus através de Cristo (2 Cor 5, 17-19).
O Livro dos Actos dos Apóstolos diz que é o Espírito Santo que ilumina os corações dos não cristãos, capacitando-os para acolher a Palavra de Deus quando esta lhes é proclamada (Act 10, 44-45).
Só com a iluminação do Espírito Santo podemos antecipar na esperança a felicidade que nos espera no Reino de Deus.
Com a sua luz inspiradora, ele faz-nos saborear a verdade do Evangelho, esse tesouro inesgotável que é sempre antigo e sempre novo.
É ele quem nos ensina a discernir as coisas de Deus, capacitando-nos para separarmos, no nosso coração, a luz das trevas.
Sem o Espírito Santo, a palavra evangelizadora não passava de um conjunto de sons sem conteúdo de vida e força transformadora.
É ele que confere sabor à vida, convidando as pessoas a realizarem-se como seres livres, conscientes e responsáveis. Em Comunhão Convosco
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