06 outubro, 2009

DEUS E A DIGNIDADE HUMANA-II

II-DEUS E A DIGNIDADE DA PESSOA

A dignidade da pessoa começa no facto de não nascer determinada, como acontece com os animais.

O ser humano nasce com um leque de talentos que lhe possibilitam uma diversidade enorme de opções, escolhas, decisões e compromissos.

Isto quer dizer que a pessoa é realmente imagem de Deus, pois está chamada a ser autora de si própria.

Pela sua condição de pessoa livre, consciente, responsável e capaz de amar que o ser humano se liga à transcendência divina.

Deus é três pessoas em comunhão amorosa. Isto quer dizer que a vida pessoal foi primeiro:

Ainda antes de o Universo ter iniciado a sua génese criadora, já existia uma dinâmica de comunhão amorosa.

Deus é amor. O amor é extremamente criador. Foi deste dinamismo amoroso que emergiram os possíveis que deram origem ao big bang que inicia a marcha criadora do Universo.

A vida pessoal está primeiro e nunca há-de terminar, pois tem densidade espiritual. Sem vida com densidade pessoal não existe vida imortal. Na verdade, só a vida pessoal tem densidade de vida eterna.

Por outras palavras, a vida pessoal ou é divina ou é proporcional a Deus. A pessoal é a cúpula da Criação. O seu crescimento não é uma questão de quantidade.

Não se mede ao quilo, nem sem avalia pelo volume. Não se mede ao metro, nem se analisa pelo método das superfícies.

Só se pode valorizar pela qualidade das suas relações e pelo seu jeito de amar. Além disso, a plenitude de uma pessoa não está em si, mas na comunhão amorosa.

Ao dar-se, a pessoa não se perde. Pelo contrário, encontra-se mais plenamente. Por ser livre, a vida pessoal não emerge necessariamente. Não é uma fatalidade ou destino.

Isto quer dizer que a realização pessoal é uma tarefa de amor. Emerge como processo histórico e como novidade constante.

Os seres pessoais pertencem à cúpula da Vida. A vida pessoal, por ser espiritual, não vem de fora para dentro.

Pelo contrário, emerge no interior do ser humano. Na verdade, não nascemos como almas feitas, mas como seres em processo de espiritualização.

Ao atingir a densidade pessoal, a vida atinge a imortalidade, pois o espiritual não morre. Mas a vida espiritual só se torna sucesso eterno mediante a assunção e incorporação na Comunhão da Família de Deus através de Cristo ressuscitado.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias



Sem comentários: