12 outubro, 2009

DIALOGANDO COM DEUS SOBRE CRISTO


Pai Santo,
O Livro dos Actos dos Apóstolos conseguiu resumir em meia dúzia de frases e de forma genial a missão messiânica de Jesus Cristo. Eis as suas palavras:

“Sabeis o que ocorreu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do baptismo que João pregou:

Como Deus ungiu Jesus de Nazaré com o Espírito Santo, o qual andou de lugar em lugar fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelas forças do mal, pois Deus estava com ele” (Act 10, 37-39).

Estas palavras são fruto da acção reveladora do Espírito Santo, pois é ele o narrador da vida e missão de Jesus de Nazaré.

Eis o que Jesus disse a este propósito: “Quando vier o Espírito da Verdade vai conduzir-vos para a verdade plena.

Ele não falará de si próprio, mas há-de dar-vos a conhcer tudo o que viu e ouviu e anunciar-vos-á o que há-de vir.

Ele manifestará a minha glória, pois anunciará o que é meu e vo-lo dará a conhecer” (Jo 16, 13-14).

No evangelho de São Lucas Jesus diz que foi este mesmo Espírito Santo que o consagrou para anunciar a Palavra de Deus:

“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa Nova aos pobres.
Enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a recuperação da vista.

Enviou-me a mandar em liberdade os oprimidos e a proclamar o ano favorável da parte do Senhor” (Lc 4, 18-19).

Depois de ter lido este texto de Isaías na sinagoga da sua terra, Jesus disse para as pessoas que estavam na sinagoga:

“Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem que acabastes de ouvir” (Lc 4, 21).

Pai Santo
Jesus afirmou que o seu jeito de amar é em tudo semelhante ao teu. Na verdade, o seu jeito de acolher os pobres e perdoar aos pecadores era a expressão humana do teu amor por todos nós.

Por isso ele podia dizer: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10, 30). Por isso é que Jesus, no evangelho de São João diz: “Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14, 9).

Pelo mistério da Encarnação Jesus de Nazaré e o o teu Filho Unigénito formaram uma união orgânica e interactiva, animada pelo Espírito Santo.

Isto quer dizer que em Jesus Cristo o Humano e o Divino fazem um, mas sem se confundirem ou
fundirem.
Por ser um homem em tudo igual a nós, Jesus fazia parte de uma raça e de uma nação. Como esteve sujeito ao processo de crescimento e amadurecimento humano construiu uma história pessoal que podíamos resumir assim:

A sua grande paixão era fazer a vontade de Deus. Amava a simplicidade das crianças e defendia com coragem os que não eram capazes de se defender.

Deixava mais felizes as pessoas que tinham a sorte de o encontrar. Partilhava com as pessoas a sua vida e os bens. Amava a todos, mas preferia acompanhar com os mais pobres.

Como habitava nele a totalidade do Espírito Santo nunca foi cobarde. Inaugurou o Baptismo no Espírito, a fim de renovar o coração das pessoas, fazendo-as passar do egoísmo para o amor fraterno.

Como se deu totalmente, tornou-se o alicerce da Nova Humanidade incorporada na Família de Deus.

Graças à sua capacidade de amar e querer o bem de todos os seres humanos, Deus confiou-lhe uma missão com um alcance universal.

Levou o amor à sua profundidade máxima, isto é, até dar a vida pelos outros. Como se deu inteiramente aos outros, agora, a sua vida é também de todos nós!

Eis a razão pela qual, ao ressuscitar, difundiu para nós o Espírito Santo que nos introduz na Família de Deus.

Os seus inimidos mataram-no, mas Deus restaurou a sua vida, ressuscitando-o e fazendo dele o alicerce do Homem Novo.

Partilhou tudo: os bens, a vida e a tua Palavra, Pai Santo. Após a sua ressurreição tornou-se a cepa da videira cujos ramos somos todos nós.

Deu-nos o Espírito Santo que é a seiva da videira que vem dele para nós, vivificando-nos e tornando-nos ramos fecundos (Jo 15, 4-5).
Aleluia!
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias