O fruto da Árvore da Vida que estava no centro do Paraíso era a garantia da Vida eterna. Devido ao pecado de Adão, a Humanidade ficou sem acesso ao fruto da Vida Eterna, diz o Livro do Génesis:
“O Senhor Deus disse: “Eis que o Homem, quanto ao conhecimento do bem e do mal, se tornou como um de nós.
Agora é preciso que ele não estenda a mão para se apoderar também do fruto da Árvore da Vida e, comendo dele, viva para sempre.
Então, o Senhor Deus expulsou o Homem do Jardim do Éden, a fim de cultivar a terra da qual fora tirado.
Depois de ter expulsado o Homem, Deus colocou a oriente do Jardim do Éden dois querubins com uma espada flamejante, a fim de guardarem o caminho da Árvore da Vida” (Gn 3, 22-24).
São Paulo diz que Jesus Cristo veio como o Novo Adão (Rm 5, 17-19). O evangelho de São Lucas diz que o Novo Adão, no momento da sua morte e ressurreição, abriu as portas do Paraíso fechadas por Adão.
Nesse momento, o fruto da Árvore da Vida ficou de novo ao alcance da e a Humanidade. No momento da sua morte e ressurreição, Jesus garantiu ao Bom Ladrão que o Paraíso seria aberto nesse mesmo dia:
“Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lc 23, 43). Jesus ressuscitado mostrou ser não apenas o Novo Adão, mas também a Árvore da Vida.
Ao ressuscitar, Jesus deu-nos a Água Viva que faz emergir no nosso íntimo uma nascente de Vida Eterna.
O Espírito Santo é, pois o fruto da Árvore da Vida e Jesus Cristo é a própria Árvore da Vida: “No último dia, o mais solene da festa, Jesus, de pé, bradou: “Se alguém tem sede, venha a mim e quem crê em mim que sacie a sua sede!
Como diz a Escritura, hão-de correr rios de Água Viva do seu coração. Jesus disse isto referindo-se ao Espírito santo que iam receber os que acreditassem nele (Jo 7, 37-39).
Com efeito, o Espírito ainda não tinha vindo, pois Cristo ainda não tinha sido glorificado” (Jo 7, 37-39).
É o Espírito Santo, diz São Paulo, que nos incorpora na Família de Deus como filhos em relação a Deus pai e como irmãos em relação ao Filho de Deus (Rm 8, 14-16; Gal 4, 4-7).
A Vida Eterna que nos vem de Cristo é a participação na sua ressurreição. A ressurreição em Cristo leva consigo a assunção, ou seja, a plena incorporação na Comunhão da santíssima Trindade.
À luz da ressurreição, a morte surge como o parto final, isto é, a derradeira possibilidade de renascer para a plenitude.
Por outras palavras, a morte é o acontecimento que possibilita o nascimento total. Nesta perspectiva, o amor surge como a única razão válida para construir a vida.
O amor é, na verdade, uma razão que vale tanto para viver como para morrer. Isto quer dizer que o nosso ser espiritual não é atingido pela morte natural.
Pelo contrário, fica liberto dos condicionamentos do nosso ser exterior.
Calmeiro Matias
Sem comentários:
Enviar um comentário