Os outros podem favorecer ou condicionar a nossa realização pessoal, mas a última palavra é sempre nossa.
Aqui radica o fundamento da nossa dignidade e também da nossa responsabilidade. É a nossa realização pessoal e espiritual que configura a nossa identidade histórica.
Seremos eternamente a pessoa que construímos enquanto estivemos em realização histórica.
Isto significa que Deus só diviniza o que nós humanizamos.
A humanização é uma tarefa que temos de realizar, pois ninguém o pode fazer por nós. A divinização, pelo contrário, é um dom gratuito que acontece mediante a assunção da pessoa humana na comunhão da Santíssima Trindade.
Isto quer dizer que será eternamente mais divino quem mais se humanizar na história! Ser mais divino, aqui, significa interagir mais densamente com as pessoas divinas.
A nossa dignidade, portanto, consiste no facto de sermos responsáveis pela nossa realização. Deus criou-nos inacabados e deu-nos a missão histórica de nos criarmos a partir do que recebemos dos outros.
Mas a nossa plenitude não pode acontecer sem a acção do Espírito Santo no nosso íntimo. O evangelho de São João diz que todos os que bebem a Água Viva, isto é, o Espírito Santo, participam da plenitude da ressurreição (Jo 4, 21-23; 7, 37-39).
Calmeiro Matias
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