22 novembro, 2008

JESUS E O PERDÃO INCONDICIONAL DE DEUS-III

III-ESPÍRITO SANTO E A DESTRUIÇÃO DO PECADO

A destruição do pecado acontece no coração da pessoa pela acção do Espírito Santo que nos faz passar do egoísmo para o amor.

À medida que o Espírito Santo opera esta mudança nos nossos corações nós passamos a ser capazes de tomar atitudes e fazer coisas que, antes, nos era totalmente impossível realizar.

Consciente da missão que o Pai lhe confiara, Jesus começa a tomar a defesa dos pecadores quando se apercebia de que os fariseus e os doutores os queriam destruir.

Certo dia, Jesus escandalizou os fariseus, pois foi hospedar-se em casa de um pecador famoso chamado Zaqueu.

Esta atitude de Jesus operou uma profunda modificação em Zaqueu, predispondo-o para a partilha fraterna (Lc 19, 1-10).

Numa outra ocasião, Jesus tomou partido pela mulher adúltera, apesar de ser contra o adultério.
Preparados para matar esta mulher, os fariseus e os doutores da lei aproveitam a ocasião para pôr Jesus à prova.

Será que ele tem a coragem de se opor à Lei de Moisés que manda matar as adúlteras? Face à provocação, Jesus cala-se e começa a escrever com o dedo no chão.

Quando Moisés subiu ao monte Sinai para se encontrar com Deus, o Senhor escreveu com o seu dedo as tábuas da Lei e entregou-as a Moisés.

Agora Jesus escreve com o seu dedo a Lei da Nova Aliança cujo princípio fundamental é o amor e o perdão.

Jesus tinha consciência de ter sido enviado pelo Pai para destruir o pecado e introduzir o pecador na Família de Deus.

Jesus dizia que este seu modo de proceder correspondia ao querer de Deus. Eis algumas das suas afirmações a este respeito: “Eu não procuro a minha vontade, mas a vontade de quem me enviou” (Jo 5, 30).

Ou então: “O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (Jo 4, 34)

E ainda: “Eu desci do Céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.

E a vontade daquele que me enviou é esta: Que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas o ressuscite no último dia” (Jo 6, 38).

O evangelho de São João diz que o modo de agir de Jesus de tal modo se identificava com o querer do Pai que ele podia dizer: “Quem me vê o Pai”.

Com uma frase que indica o início de uma mudança radical, São Lucas indica-nos o caminho que os pecadores devem tomar para acolher o amor incondicional de Deus:

“Levantar-me-ei e vou ter com o meu Pai” (Lc 15, 18). Como portador do Espírito Santo, Jesus entendia-se como o portador do perdão de Deus.

Na verdade, o perdão do pecado não tem nada a ver com um acto jurídico, mas com uma transformação operada pelo Espírito Santo no coração do Homem.

Eis o que diz a Carta aos Hebreus: “De facto, com uma só oferenda Jesus tornou perfeitos para sempre aqueles que santificou.

É isto mesmo que nos diz o Espírito Santo quando afirmou através do profeta Jeremias: “Esta é a aliança que estabelecerei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor:

Porei as minhas leis nos seus corações e gravá-las-ei nas suas mentes. Não me lembrarei mais dos seus pecados e iniquidades”

Ora onde há perdão dos pecados, já não há necessidade de oferenda pelos pecados” (Heb 10, 14-18).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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