O nosso ser espiritual emerge de modo gradual e progressivo como feixe de energias que se configuram de modo pessoal.
O feixe das energias espirituais abre-se no sentido da interioridade e estrutura-se como interioridade pessoal livre, consciente, responsável e capaz de amar.
Por outras palavras, quanto mais o nosso ser interior se robustece, mais se afirma como realidade única, original, irrepetível e capaz de comunhão amorosa.
Além disso, por emergir no sentido da interioridade vai criando condições para o encontro com Deus que é a interioridade máxima de toda a realidade.
Isto quer dizer que os encontros com Deus acontecem sempre no nosso interior e pela mediação do Espírito Santo.
Eis o que diz São Paulo na Carta aos Romanos: “O Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).
E na Primeira Carta aos Coríntios afirma: “Não sabeis que sois templos de Deus e que o Espírito Santo habita em vós?” (1 Cor 3, 16).
Depois acrescenta: “O templo de Deus é santo e esse templo sois vós” (1 Cor 3, 17). À medida que a pessoa humana se robustece como interioridade espiritual, cresce a sua capacidade de comungar e interagir com a transcendência no seu próprio interior.
No evangelho de São Lucas, Jesus afirma expressamente que o Reino de Deus é uma realidade interior à pessoa humana:
“Interrogado pelos fariseus sobre quando chegaria o Reino de Deus, Jesus respondeu-lhes: “O Reino de Deus não vem de maneira ostensiva.
Ninguém poderá afirmar: “Ei-lo aqui” ou “Ei-lo ali, pois o Reino de Deus está dentro de vós” (Lc 17, 20-21).
“O Reino de Deus diz São Paulo, não consiste em comida e bebida, mas em justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Rm 14, 17).
Podemos dizer que quanto mais cresce a nossa interioridade espiritual maior é a nossa capacidade de comungarmos com as pessoas que constituem a comunhão do Reino de Deus.
Calmeiro Matias
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