03 novembro, 2009

SABOREANDO O DOM DA FRATERNIDADE

Deus Pai,
No princípio, o teu amor paternal orientava-se de modo exclusivo para o teu Filho Unigénito.

Depois, como o teu Filho partilhou connosco a sua condição de Filho de Deus, nós passámos a ser co-herdeiros com ele da sua filiação divina.

Filho Eterno de Deus,
Nós te damos graças por teres partilhado connosco o amor com que o Pai te ama desde toda a eternidade.

Ao tornares-te nosso irmão de modo totalmente gratuito, tu inauguraste a dinâmica da fraternidade universal.

Primeiro fizeste-te irmão de todos nós. Em seguida deste-nos o mandamento do amor, a fim de nos colocares na situação da fraternidade universal.

Eis como o evangelho de São João resume este teu gesto de irmão amoroso: “É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15, 12).

Filho Eterno de Deus,
Pelo mistério da Encarnação deixaste de ser o Filho Único de Deus para te tornares o primogénito de muitos irmãos como diz São Paulo (Rm 8, 29).

Espírito Santo,
Tu habitas de modo permanente no nosso coração. Com o teu jeito maternal de amor tu nos conduzes a Deus Pai e ao Filho eterno de Deus, a fim de nos incorporares na Família Divina.

Mas o teu amor maternal vai mais longe, conduzindo-nos à comunhão com os irmãos, a fim de formarmos a Família Universal de Deus.

São Paulo diz que é por ti que os seres humanos se tornam filhos e herdeiros de Deus Pai, bem como irmãos e co-herdeiros com o Filho de Deus (Rm 8, 14-17).

Espírito Santo,
No nosso íntimo tu és o grande escultor da fraternidade, ajudando-nos a passar do coração egoísta de Caim para o coração manso, humilde e fraterno de Jesus Cristo.

Na verdade, nós somos seres talhados para a comunhão: precisamos da estima dos outros para nos estimarmos e gostarmos de nós.

A comunhão fraterna é realmente a grande meta da humanização cuja plenitude é a nossa incorporação na Família de Deus.

A plenitude da pessoa não está em si, mas na comunhão com os demais.

Isto significa que a pessoa, reduzida a si, está em estado de perdição. Com efeito, o estado de inferno não é mais que a ausência total e definitiva de comunhão.

Estamos talhados para a comunhão fraterna. As pessoas humanas apenas podem estruturar-se de modo equilibrado e feliz em contexto de fraternidade.

Por outras palavras, precisamos uns dos outros para nos realizarmos como pessoas.

Quando se sente só ou rejeitada, a pessoa tem muita dificuldade em se realizar.
Espírito Santo,
Capacita-nos para sabermos confiar nos outros e agir de modo a merecer a sua confiança.

Ensina-nos a ouvir com empatia quando os outros nos querem comunicar os seus sentimentos íntimos.

Torna-nos capazes de guardar os segredos que os outros nos confiaram, a fim de sermos dignos da sua amizade.

Ajuda-nos a estar atentos aos valores dos outros e a ser capazes de valorizar as suas realizações.

Ensina-nos a comunicar sempre numa linha de verdade e autenticidade.

Dá-nos um coração aberto e acolhedor, a fim de sabermos compreender e aceitar a pessoas que se cruzam connosco na vida.

Pai Santo,
Ajuda-nos a tomar consciência de que os outros são um dom de para nós, pois são os irmãos que tu nos dás, a fim de seres o Nosso Pai.

Espírito Santo,
Ajuda-nos a moldar um coração fraterno, e a não querermos estar sempre acima dos outros.

Ilumina-nos, a fim de reconhecermos que ninguém é bom em tudo, a fim de sermos capazes de aceitar e aprender com as qualidades dos outros.

Dá-nos a sabedoria necessária para compreendermos que cada pessoa é única, original e irrepetível e, por isso, nunca está a mais, pois não é cópia de ninguém.

Ajuda-nos a saborear o ensinamento magnífico da Carta aos Efésios que diz: “Há um único Senhor, uma única Fé, um único baptismo.

Há um só Deus e Pai de todos que está acima de todos, actua por meio de todos e se encontra em todos” (Ef 4, 5-6).

Jesus, Irmão Querido,
Ensina-me a arte de escutar os irmãos, lembrando-me de que as pessoas que se recusam a escutar os outros não merecem ser escutadas.

Ajuda-nos a saber construir fraternidade na História, pois esta é a única maneira de chegarmos à Fraternidade Universal do vosso Reino.
Em comunhão Convosco
Calmeiro Matias





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