O amor não é um comportamento espontâneo nos seres humanos, pois não somos capazes de amar antes de ter sido amados.
A lei do amor é esta: Ninguém é capaz de amar antes de ter sido amado, e o mal amado fica a amar amar mal, isto é, fica condicionado na sua capacidade de amar.
O amor é uma dinâmica de bem-querer que tem como origem a pessoa e como meta a comunhão.
Amar é eleger o outro como alvo de bem-querer, aceitando-o assim como é, apesar de o seu modo de ser e agir não ser igual ao nosso.
Amar é também agir de modo a facilitar a realização e felicidade do outro. Jesus reduziu a multiplicidade de preceitos e normas do judaísmo ao mandamento do amor:
“Dou-vos um mandamento novo: amai-vos uns aos outros como eu vos amei. Todos saberão que sois meus discípulos se vos amardes uns aos outros” (Jo 13, 34-35).
O amor optimiza as relações humanas, conferindo-lhes a força da humanização. Isto quer dizer que o amor deve ser cultivado mediante atitudes que fortaleçam e façam emergir e a vida espiritual das pessoas.
Eis algumas dessas atitudes:
Amar implica estar presente nas horas difíceis, pois o amor tende sempre para a comunhão.
Amar é ajudar o outro a gostar de si, valorizando as suas realizações positivas, mesmo que estas não estejam de acordo com os nossos interesses.
Amar é ajudar o outro a superar a solidão e ajudá-lo a suportar os fardos com que a vida, por vezes, nos carrega.
Amar é facilitar o amadurecimento do outro, dando-lhe oportunidades para que se realize como pessoa livre, consciente e responsável.
Quem ama não substitui. Gosta de amar mas sem se sobrepor. A pessoa que ama molda a sua vida de acordo com o princípio fundamental do bem-querer: “É melhor dar do que receber.”
Amar é ajudar o outro a descobrir sentidos para viver de modo empenhado e feliz.
Amar é ser capaz de ficar calado quando se está magoado, esperando a oportunidade certa para dialogar com serenidade.
Amar é acreditar no outro e não pretender que a minha opinião é a única que vale.
Amar é saber calar-se quando sentirmos que a nossa conversa está a cansar.
Amar implica reconhecer as qualidades do outro e não girar apenas em volta dos seus defeitos.
Amar é ser capaz de partilhar não só o que tenho, mas também o que sei e, sobretudo o que sou.
Amar é entender que a disponibilidade para acolher, escutar e aceitar as diferenças do outro vale mais do que dar presentes.
Ama mais e melhor quem dá o primeiro passo no sentido da reconciliação.
Amar é estar atento, a fim de ver se o outro está precisando de mim. Não basta pensar: “Quando quiser que venha ter comigo”.
O amor é uma dinâmica de bem-querer que tem como origem a pessoa e como meta a comunhão.
Ama mais quem se antecipa, a fim de ser dom para o outro. Jesus levou o amor até à sua expressão máxima: Deu-se até à morte.
O nosso amor será tanto mais perfeito quanto mais se aproximar do jeito de Jesus amar.
O amor modela o coração da pessoa para a comunhão e capacita-a para saber edificar a sua casa sobre a rocha firme.
O amor é a veste indispensável para podermos participar no banquete do Reino de Deus.
O amor é uma dinâmica que gera liberdade e criatividade.
Na verdade, a liberdade é a capacidade de se relacionar de modo amoroso com os outros e interagir de modo criativo com as coisas e os acontecimentos.
O amor tenta sempre aceita os defeitos do outro, apesar de isto exigir renúncia e sacrifício.
O amor menciona as qualidades do outro e congratula-se com os seus sucessos.
O amor não está sempre a exigir disponibilidade da parte dos outros, mas procura estar disponível quando estes precisam de si.
Quando dá uma opinião ou aconselha alguém, a pessoa que ama procura comunicar sempre o melhor da sua experiência e do seu saber.
O jeito de se dar da pessoa que ama é discreto, ao ponto de o outro nem se aperceber do sacrifício que está a ser feito em seu favor.
A pessoa que ama não se afasta do outro por causa dos seus fracassos.
O amor é dinâmico e progressivo, ao ponto de capacitar a pessoa para uma doação cada vez mais plena e gratuita.
Pelo modo gratuito e atento de se dar, a pessoa que ama é sempre a primeira a ser recordada nos momentos de sofrimento e dificuldades.
A pessoa que ama evita magoar, mas não deixa de dizer a verdade pelo simples facto de que o outro pode não gostar.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
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