26 dezembro, 2009

JESUS E A VIDA NOVA DO ESPÍRITO

Senhor Jesus Ressuscitado,
Falando com a Samaritana tu disseste que tinhas uma Água Viva Vida capaz de fazer brotar no nosso íntimo uma nascente de Vida Eterna (Jo 4,14).

Numa outra passagem do evangelho de São João, tu explicitas melhor o teu pensamento sobre a Água viva, dizendo que se trata do Espírito Santo que tu virias a difundir pela Humanidade após a tua ressurreição (Jo 7, 37-39).

A Carta aos Romanos diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5,5).
Quando São Paulo fez esta afirmação, tu já tinhas ressuscitado Senhor Jesus. Isto quer dizer que ele já vivia a experiência da Nova Aliança cuja força animadora é o Espírito Santo, o qual actua no nosso íntimo capacitando-nos para construirmos a comunhão humana universal.

O evangelho de São João diz que pelo mistério da Encarnação, do Filho de Deus deu-nos o poder de nos tornarmos também filhos de Deus (Jo 1,12-14).

Este plano salvador, possibilitado pela Encarnação, concretizou-se pela ressurreição. Eis o que São Paulo diz a propósito da comunicação do Espírito Santo e fraternidade universal:

“Todos nós fomos baptizados num só Espírito, a fim de formarmos um só corpo. Tanto os judeus como os gregos, os escravos ou os homens livres, bebem todos do mesmo Espírito” (1 Cor 12, 13).

O evangelho de São João diz que o pão que comemos na Eucaristia é a carne de Cristo ressuscitado, isto é, o Espírito Santo, que alimenta em nós a vida divina (Jo 6, 62-63).

Espírito Santo,
Nós te louvamos por seres o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5,5). És tu que, com teu jeito maternal de amar, nos geras para a vida Eterna, fazendo de nós membros da Família de Deus e nos levas a exclamar “Abba”, Pai querido (Gal 4, 4-7).

Pai Santo,
O jeito de amar do teu Filho é em tudo semelhante ao teu. Ver o seu modo de acolher os pobres e perdoar aos pecadores é ver o teu jeito de nos acolher e salvar.

Jesus exclamou a sua plena sintonia contigo, Pai Santo, quando disse: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10, 30).

Noutra passagem do evangelho de São João, Jesus disse: “ Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14, 9).
Trindade Santa,
Nós vos agradecemos, pois Jesus de Nazaré, homem em tudo igual a nós, menos no pecado, exprimia em grandeza humana o vosso amor por nós.

Por ser homem como nós, Jesus construiu uma história que pode ser resumida deste modo:
Nasceu na Palestina e a sua paixão era levar por diante o plano salvador de Deus.

Amava a simplicidade das crianças e defendia com coragem os que não eram capazes de se defender.

Deixava mais felizes as pessoas que tinham a sorte de o encontrar. Como não tinha pretensões ser rico ou poderoso, partilhava com os outros a sua vida e os bens.

Amava a todos, mas preferia acompanhar com os mais pobres. Nunca foi cobarde, pois habitava nele a força do Espírito Santo.

Inaugurou o baptismo no Espírito, a fim de renovar o coração das pessoas, capacitando-as a passar do egoísmo para o amor fraterno.

Por ser leal e amar sem fingimento, Deus confiou-lhe uma missão em favor de todos os seres humanos.

Como era generoso e puro de coração, foi fiel até ao fim. Levou o amor à sua profundidade máxima, isto é, dar a vida por aqueles a quem se ama.

Como se deu inteiramente pela causa da nossa salvação, agora vive em todos nós. Um dia ele disse que a união que o liga a nós de tipo orgânico, tal como é orgânica a união que existe entre cepa da videira e os seus ramos (Jo 15, 4-6).
As forças velhas do egoísmo mataram-no. Mas tu, Pai Santo, restauraste a sua vida, fazendo dele o alicerce da Nova Humanidade.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias


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