02 dezembro, 2009

O DEUS BONDOSO E A EXISTÊNCIA DO PECADO

Pai Santo,

Nós te agradecemos o facto de nos teres enviado Jesus Cristo, a fim de nos libertar do pecado e nos introduzir na comunhão da Santíssima Trindade.

O pecado é um conjunto de forças negativas que derivam das recusas de amar dos seres humanos.

As forças do pecado do pecado bloqueiam o processo da humanização do Homem, impedindo a sua realização e felicidade.

Pai Santo,
Nós sabemos que o pecado não é uma realidade criada por ti, mas o resultado negativo das decisões erradas do Homem.

Na verdade, o pecado é a recusa do Homem a emergir como pessoa humanizada mediante opções e projectos de amor.

Do mesmo modo, não foste tu, Pai Santo, que criaste o inferno, entendido como um lugar destinado à punição eterna dos seres humanos.

A nossa fé diz-nos que Deus é amor e não pode nada contra o amor, pois seria negar-se a si mesmo.

As pessoas que se condenam não vítimas de uma condenação de Deus. Pelo contrário, as pessoas que estão em estado em inferno condenaram-se por sua própria decisão.

É certo que tu, Pai Santo, ao criares o Homem, lhe deixaste a possibilidade de pecar. Esta possibilidade é, aliás, a condição para que a pessoa se realize como ser livre, consciente e responsável.

Face a este mistério do pecado, temos de dizer que o pecado é um mal, mas a possibilidade de pecar é condição para que o projecto humano seja óptimo.

Isto quer dizer que nem tudo o que é possível deve ser realizado, sob pena de destruirmos a Humanidade.

É a primeira vez que a Humanidade tem arsenais com forças de morte a capazes de pôr fim à História Humana.

Mas pelo facto de isto ser possível não quer dizer que deva ser realizado. Na verdade, pôr fim à História humana seria o pecado total, ou seja, a oposição total ao amor.
Somos seres inacabados. É por esta razão que, por vezes, somos visitados pela tentação de nos opormos aos apelos do amor.

A tentação é uma sugestão subtil que visita a nossa mente, querendo fazer-nos crer que o mal é um bem.

A possibilidade da tentação radica no facto de não nascermos determinados e, portanto, não estamos sujeitos a qualquer forma de destino.

À luz da fé cristã, o destino não existe, pois o homem não é uma marioneta nas mãos de Deus.
Somos nós quem decide o que seremos ou não, sendo fiéis ou não aos nossos talentos, isto é, às nossas possibilidades de realização.

O pecado é um mal, tanto para o pecador, como para as outras pessoas. Com efeito, além das consequências pessoais, o pecado tem também consequências sociais, políticas, históricas e ecológicas.

Isto quer dizer que o pecado mutila não apenas o pecador, mas também as pessoas que sofrem as consequências as suas consequências.

Ao ressuscita, Jesus comunicou-nos o dom do Espírito Santo, a fim de fazer de nós uma Nova Criação (2 Cor 5, 17- 19).

Jesus Cristo,
Nós te louvamos por nos teres libertado das forças bloqueadoras do pecado, abrindo-nos o caminho da nossa libertação.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias


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