03 julho, 2009

A PESSOA HUMANA COMO SER ESPIRITUAL


A pessoa humana é um ser a emergir, tanto a nível somático, como psíquico ou espiritual.

O amor é o dinamismo fecundo que faz emergir a interioridade espiritual do ser humano. Isto quer dizer que na pessoa humana nada está acabado.

Assim, por exemplo, não existem almas que entram no interior dos corpos humanos como realidades feitas e acabadas.

A nível interior, a pessoa é uma realidade espiritual a emergir como ser livre, consciente, responsável e capaz de amar.

O ser humano nasce hominizado, mas não humanizado. A humanização é a vocação fundamental de todos os seres humanos.

O Espírito Santo é o grande facilitador deste processo de humanização, convidando-nos a agir em harmonia com as propostas do amor.

São Paulo diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).

A plenitude da humanização é a divinização. As pessoas que precederam Jesus Cristo na história atingiram a plenitude da divinização no momento preciso da sua morte e ressurreição.

Nesse momento abriram-se as portas dos Paraíso, disse Jesus ao Bom Ladrão (Lc 23, 43). Nesse momento os túmulos começam a abrir-se e os justos começam a ressuscitar (Mt 27, 52-53).

Nesse momento, os pagãos começam a reconhecer Jesus como salvador: O Centurião reconhece que Jesus é o Messias, o Filho de Deus (Mt 27, 54).

Nesse momento sai sangue e água do coração de Cristo, isto é, o Espírito Santo que se difunde pela Humanidade (Jo 19, 34)

Nesse momento o véu do templo rasga-se de alto a baixo, pondo fim aos cultos inúteis do judaísmo e abrindo o acesso à comunhão directa com Deus no coração das pessoas.

Nesse momento, o coração do homem torna-se templo do Espírito Santo (1 Cor 3, 16).

Nesse momento o Espírito Santo passa a actuar como o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).

Nesse momento Jesus vai à morada dos mortos, a fim de lhes comunicar a força ressuscitadora do Espírito Santo e incorporando-nos na comunhão universal da Família de Deus (1 Ped 3, 19-20).

Nesse momento, os que viveram antes de Cristo entram na plenitude da comunhão com Deus.

Isto não significa que tenham mudado de lugar, mas antes que atingiram uma nova densidade espiritual, pois foram optimizados pelo Espírito de Cristo ressuscitado.



São Paulo diz que o nosso coração é templo do Espírito Santo: “Nós é que somos o templo do Deus vivo, como disse o próprio Deus: "Habitarei e caminharei no meio deles, serei o seu Deus e eles serão o meu povo” (2 Cor 6, 16).

Na primeira Carta aos Coríntios São Paulo também desenvolve esta ideia quando afirma: “Não sabeis que sois um templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? (…). O templo de Deus é santo e esse templo sois vós” (1 Cor 3, 16-17).


Isto quer dizer que é a partir do nosso íntimo que se constitui a união orgânica que nos incorpora na Família de Deus:


“Não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo que está em vós e que recebestes de Deus? “ (1 Cor 6, 19).

“Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá, pois o templo de Deus é santo e esse templo sois vós” (1 Cor 3, 16-17).

A Humanidade está entretecida com Jesus, homem perfeito e, através dele, faz uma união interactiva e fecunda com a comunhão familiar da Trindade Divina.


O livro do Apocalipse descreve a comunhão orgânica do Homem afirmando: “E ouvi uma voz potente que vinha do trono e dizia:

“Esta é a morada de Deus entre os homens. Ele habitará com os homens e eles serão o seu povo.
O mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus, enxugando todas as lágrimas dos seus olhos e não haverá mais morte nem pranto nem dor”. (Apc 21, 3-4).

Em Comunhão convosco
Calmeiro Matias


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