Ninguém é capaz de amar antes de ter sido amado. Na verdade, é o amor dos outros que nos capacita para amar.
Segundo tenha sido bem ou mal amada, a pessoa humana fica mais ou menos capacitada para amar.
Isto quer dizer que somos capacitados ou condicionados pelos outros para actuarmos como pessoas livres, conscientes, responsáveis e capazes de amar.
Eis algumas atitudes construtivas que marcam o modo de agir de uma pessoa bem-amada:
Sabe edificar na cooperação e não na concorrência.
Sabe ajudar o outro a gostar de si, valorizando as suas realizações e empenhamentos, mesmo quando não correspondem aos seus interesses.
É capaz de ajudar o outro a superar a solidão e a suportar os fardos com que a vida, por vezes, carrega as pessoas.
Sabe dar o melhor de si, a fim de facilitar o amadurecimento do outro, dando-lhe oportunidades para que se realize como pessoa e seja feliz.
O bem-amado sabe que não pode substituir o outro, pois deste modo impedi-lo-ia de ser uma pessoa livre e criadora.
A pessoa adulta na sua capacidade de amar sabe ajudar sem se sobrepor. A pessoa bem-amada sabe por experiência que é melhor dar que receber.
Saber amar é ser capaz de ficar calado quando se está magoado, esperando o momento certo para dialogar serenamente.
Amar é ser capaz de escutar e acreditar no outro sem ter a pretensão de que de que a sua opinião é a única válida.
Amar é ajudar o outro a sentir-se apreciado. É importante saber escolher para tema de conversa e passatempo assuntos agradáveis à pessoa do outro.
Amar é cultivar a arte de saber escolher como tema de conversa e passatempo assuntos agradáveis ao outro.
A pessoa bem-amada sabe reconhecer as qualidades do outro e não girar obsessivamente à volta dos seus defeitos.
É importante não esquecer que amar é ser capaz de partilhar não só o que temos, mas sobretudo o que somos.
A pessoa que capaz de compreender que estar disponível para escutar e acolher é mais importante do que oferecer presentes já chegou longe na vivência do amor.
Amar é aceitar as diferenças, a fim de deixar o outro ser como é e não pretender que ele seja uma cópia de mim mesmo.
Ama mais e melhor quem dá o primeiro passo na linha da reconciliação. Foi assim que Deus agiu para connosco em Jesus Cristo.
A pessoa que toma o amor a sério está atenta no sentido de verificar se o outro está precisando de mim.
Na verdade, não basta pensar: “quando quiser que venha ter comigo”. Amar é estar disposto a morrer a muitos dos seus gostos e planos para dar ao outro a possibilidade de se sentir acolhido e amado.
Jesus ensinou-nos a arte de levar o amor até à sua densidade máxima: “Dar a vida pelo amigo”.
O amor modela o coração da pessoa para a comunhão, a meta onde as pessoas são realmente mais fortes.
Podemos dizer com Jesus que o amor é a rocha firme sobre a qual podemos edificar com segurança a nossa casa.
Amar é a veste indispensável para participarmos no banquete da Família de Deus. O amor concretiza-se em atitudes. Não se edifica sobre meras intenções ou discursos bonitos.
O amor é um caminho que conduz à comunhão. Podemos dizer que o amor é uma dinâmica de bem-querer que tem como origem a pessoa e como meta a comunhão.
O amor gera sempre relações criadoras de verdade, liberdade e criatividade. O amor é a calda própria para as pessoas emergirem seguras e felizes.
Podemos dizer que o amor modela e capacita o coração para o dom e a gratuidade. A pessoa que ama aceita os defeitos do outro, apesar de isso exigir renúncia e sacrifício.
A pessoa que ama é capaz de sublinhar as qualidades do outro e de se congratular com os seus sucessos.
A pessoa que ama não está sempre a exigir disponibilidade do outro, mas procura estar disponível quando este precisa de si.
Ao dar uma opinião ou um conselho, a pessoa que ama procura comunicar sempre o melhor da sua vivência e do seu saber.
A pessoa egoísta, pelo contrário, tende sempre a reservar o melhor para si. A pessoa que ama dá-se de modo discreto e gratuito, ao ponto de o outro nem se aperceber do sacrifício de certas atitudes que são tomadas em seu favor.
A pessoa que ama não se afasta do outro por causa dos seus fracassos.Eis a razão pela qual a pessoa que ama de verdade é sempre a primeira a ser recordada nos momentos de sofrimento ou dificuldades.
A pessoa que ama evita magoar, mas não deixa de dizer a verdade pelo simples facto de que o outro possa não ficar contente.
A pessoa que ama aceita o outro, apesar dos seus defeitos, pois sabe que uma pessoa não se reduz aos defeitos que tem.
Por isso o outro sente que seria mais pobre se não tivesse encontrado a pessoa que o ama.
No seu hino ao amor, São Paulo menciona algumas atitudes fundamentais para a pessoa que quer tomar o amor a sério. Eis algumas das suas afirmações:
“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se eu não tiver amor sou como um sino que soa ou um címbalo que retine.
Ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça toda a ciência e os mistérios, se não tiver amor de nada me aproveita (…).
O amor é paciente e prestável. O amor não é invejoso nem arrogante, nem gira sempre à volta do seu próprio interesse.
O amor não guarda ressentimento. Não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade.
O amor tudo desculpa. Acredita sempre. Tudo suporta e tudo espera.
O Amor jamais passará” (1 Cor 1-8).
Em comunhão Convoco
Calmeiro Matias
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