O Espírito Santo modelou o coração de Jesus com o mesmo jeito com que modelou o coração dos profetas.
Com efeito, a sua grande paixão era fazer a vontade de Deus, libertando as pessoas da opressão do sofrimento e do pecado.
Eis algumas das suas afirmações importantes sobre a sua fidelidade à vontade do Pai:
“O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (Jo 4, 34).
Na oração do Pai-Nosso, disse aos discípulos para pedirem a Deus que a sua vontade se realize de modo perfeito na Terra, tal como se realiza no Céu” (Mt 6, 10).
O evangelho de São João diz que o Espírito Santo habitava em Jesus com a plenitude dos seus dons:
“Aquele que Deus enviou transmite a Palavra de Deus, pois Deus não lhe deu o Espírito por medida” (Jo 3, 34).
Se Jesus tinha a plenitude do Espírito Santo, então a sua mensagem atingiu o cume da profecia.
Por outras palavras, Jesus Cristo, o profeta de Nazaré, anunciou o plano salvador de Deus com uma profundidade à qual não chegaram os demais profetas.
As pessoas que o ouviam reconheciam que Jesus anunciava a Palavra e denunciava o que se opunha ao plano de Deus com uma autoridade que nenhum outro profeta demonstrava.
Tomou sempre a defesa dos que não eram capazes de se defender. As pessoas que tinham a sorte de o encontrar ficavam sempre mais livres e felizes.
Anunciava a fraternidade e a partilha como caminho para vencer a miséria e a fome. Se tiverem a coragem de partilhar, dizia ele, os bens da terra chegarão para todos e ainda vai sobrar.
Amava sem fingimento, pois era manso e humilde de coração. Preferia conviver e acompanhar com os pobres e os simples.
Como tinha a plenitude do Espírito, nunca foi cobarde, e levou a sua missão até ao fim, apesar de se aperceber do perigo em que estava a incorrer.
Jamais defendeu a morte dos pecadores, apesar de sonhar com a destruição do pecado, essa dinâmica negativa que impede a humanização das pessoas.
Foi esta a razão pela qual inaugurou o baptismo no Espírito, pois ele sabia que só o Espírito Santo é capaz de renovar o coração das pessoas.
Costumava dizer que os seres humanos têm de nascer de novo pelo Espírito Santo, a fim de atingirem a densidade da vida nova (Jo 3,6).
Denunciava os que oprimiam em nome da política, do dinheiro ou da religião. Passou a vida a fazer o bem. Eis a razão pela qual nunca deixou ninguém mais pobre ou com falta de sentidos para viver.
Nunca deixou ninguém mais pobre ou com falta de sentidos para viver. A sua mensagem e as atitudes que tomava punham em causa as forças opressoras que dominavam a sociedade do seu tempo.
A força libertadora do Espírito que o habitava transformava as estruturas opressoras e resistia aos poderosos que exploravam as pessoas.
Foi por esta razão que os ricos e os poderosos começaram a planear a sua morte. De facto, apesar de passar a vida a fazer bem a toda a gente, tinha muitos inimigos que desejavam a sua morte.
Os que o odiavam mataram-no, pensando que, deste modo, faziam calar de uma vez por todas a sua voz profética.
Apesar de se aperceber disto, Jesus não desistiu da sua missão, pois vivia e agia com a garra dos profetas que se opõem às forças que desumanizam.
No íntimo do seu coração, o Espírito Santo dizia-lhe que Deus toma partido pelos que gastam a vida pelas causas do amor.
Como tinha a certeza de que Deus é fiel, Jesus agia confiante, pois tinha a certeza de que a sua vida seria restaurada e a sua acção seria eficaz.
Ele tinha a certeza de que Deus não o deixaria ficar no vazio da morte, apesar das intenções assassinas dos seus inimigos.
Jesus tinha plena consciência de que Deus lhe confiou uma missão em favor de todos os homens. A sua confiança em Deus foi confirmada.
Por isso, ao ressuscitar, a sua vida passou a ser uma vida partilhada e difundida pelo coração de todas as pessoas.
O Espírito Santo que o habitava em plenitude tornou-se o Sangue da Nova Aliança a circular nas veias do Nosso coração, comunicando-nos a vida divina (Rm 8, 14-17).
Levou o amor até à concretização máxima, isto é, dar a vida por aqueles a quem se ama, como ele mesmo ensinou (Jo 15, 13.
Por isso se tornou a cepa da videira cujos ramos somos todos nós. Agora, a seiva desta Videira, isto é, o Espírito Santo, circulada cepa da videira para os ramos tornando fecunda a nossa vida.
Os que acolhem a sua Palavra começam a entrar na Comunhão Universal da Família de Deus.
Os que o odiavam destruíram a sua tenda, deixando-a vazia.
Mas Deus restaurou a sua vida, fazendo dele o alicerce da Nova Humanidade. Como pão que se reparte para alimentar os outros, partilhou os bens, a vida e a Palavra de Deus.
Só atacava o que os que impediam as pessoas de se realizarem e serem felizes. Nunca confundia o pecado com o pecador.
Tudo fazia para destruir o pecado, mas ao pecador gastou o melhor das suas forças para o libertar das feridas do pecado.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
Calmeiro Matias
Sem comentários:
Enviar um comentário