18 janeiro, 2010

UM CORAÇÃO QUE SÓ DEUS PREENCHE

É admirável esta capacidade humana de comungar com o próprio Deus. Na verdade, naquilo que temos de bom somos parecidos e proporcionais a Deus.

Por ter sido talhado para o encontro e a comunhão com Deus, o Homem só pode chegar à sua plenitude mediante a assunção e incorporação na Família de Deus. O caminho desta incorporação é Jesus Cristo e a força desta assunão é o Espírito Santo.

Por outras palavras, só a força do amor nos pode assumir no limiar da Comunhão divina. São Paulo diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações.

Assim como a vida biológica não pode subsistir sem água, do mesmo modo a pessoa humana, privada de amor, não pode atingir a sua plenitude.

Por outras palavras, o amor não é de modo algum uma questão secundária, pois é o fundamento do próprio Cosmos.

Com efeito, o Deus Criador é amor. Tudo brotou a partir dessa comunhão familiar divina que é a Santíssima Trindade.

Dizer que Deus é amor é entrar no coração do Universo, isto é, na sua interioridade máxima.
Quando afirmamos que Deus é amor infinito queremos dizer que ele é relações de amor e perfeição infinita (1 Jo 4, 7-8; 16).

Talhadas para a comunhão com as pessoas divinas, as pessoas humanas podem emergir e crescer sempre em capacidade de amar.

A dignidade da pessoa humana começa no facto de não nascer determinada. Esta condição é fundamental para o ser humano se estruturar como pessoa livre, consciente, responsável e capaz de amar.

A génese das galáxias ainda não tinha sido iniciada e já existia a comunhão familiar divina. A génese do Universo foi iniciada pela força criadora do Amor.

Isto significa que a vida em plenitude precedeu o Universo! Com o aparecimento da vida pessoal-espiritual, a evolução criadora do Universo atingiu o limiar da eternidade.

Emergir como pessoa significa estruturar-se e crescer em densidade espiritual e capacidade amorosa de comungar.

O modo de conhecermos a qualidade e a grandeza de uma pessoa é estar atento ao seu jeito de amar.

No Reino de Deus seremos eternamente conhecidos e identificados, pelo nosso jeito de amar.
No Reino de Deus, o jeito de amar de uma pessoa dá-nos o critério para conhecer e avaliarmos a realização histórica de uma pessoa.

Devido à sua densidade espiritual as pessoas humanas já pertencem à cúpula da vida imortal, chamadas à plenitude da ressurreição com Cristo.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias



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