09 outubro, 2006

A CRIAÇÃO À LUZ DA FÉ

Deus Santo,
A Bíblia diz-nos que vós sois Amor (1 Jo 4, 7).
Isto quer dizer que foi a força do Amor que deu o primeiro impulso à génese evolutiva do Universo.

De facto, a experiência diz-nos que o amor é profundamente criador e fecundo, pois gera pessoas livres e criativas.
No início do seu evangelho, São João comunica-nos o sentido da Criação tal como ele nos é revelado pela vossa Palavra.

O sentido máximo da Criação, diz São João, é Jesus Cristo. Ele foi o modelo inspirador da Vossa acção criadora nos primórdios da criação.
Ele estava presente presente no vosso diálogo criador, Trindade Santa, como referência do vosso sonho criador e salvador.

Com o acontecimento da Encarnação, Criador e Criação ficam organicamente unidos com Jesus de Nazaré e a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade.
Em Cristo encontram-se o melhor de Deus com o melhor do Homem.

Logo no início do seu evangelho, São João diz que Cristo é a Palavra de Deus. Isto quer dizer, Deus Santo, que ele é o revelador do vosso projecto criador e salvador.

Por outro lado, a Criação surge como obra da Palavra. Isto quer dizer que a génese criadora acontece em dinâmica de diálogo.

Deus Santo, Vós sois um Deus comunicação!
Eis a razão pela qual a Criação, diz São João, é obra da Palavra. Eis as suas palavras:

"No princípio existia a Palavra e a Palavra estava em Deus e, por ela, tudo começou a existir.
Sem a Palavra nada veio à existência, pois nela estava a causa e a vida de tudo o que veio a existir" (Jo1, 1-4).

Obrigado, Deus Santo, porque o impulso primordial da Criação estava orientado para um plano mais vasto que tínheis presente desde toda a eternidade.

Graças ao acontecimento de Cristo, nós ficámos a saber que a plenitude da criação é a Nova e Eterna Aliança.

Eis o que diz o evangelho de São João:
"Mas a quantos receberam a Palavra, aos que nela crêem, Deus deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.

Estes não nasceram dos laços do sangue, nem de um impulso da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus.
A Palavra fez-se homem e veio habitar connosco" (Jo 1, 12-14).

Agora compreendemos que é Jesus Cristo quem confere plenitude à Criação e que o vosso projecto criador é também um projecto salvador.

À luz do acontecimento de Cristo, o Paraíso no qual a Humanidade e a Divindade convivem em perfeita harmonia não está num princípio mítico, mas na plenitude dos tempos.

O relato do Livro do Génesis que fala da perfeita harmonia e comunhão de Deus com Adão é apenas uma profecia sobre o futuro que aguarda a Humanidade

O evangelho de São Lucas diz que o Paraíso foi inaugurado no momento da morte e ressurreição de Cristo, como o próprio Jesus disse ao Bom Ladrão:
"Jesus respondeu-lhe: "Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso" (Lc 23, 43).

à Luz da vossa Revelação podemos dizer, Deus Santo, que a Criação teve um início, está em génese e orienta-se para uma plenitude que engloba a comunhão familiar da Humanidade com a Divindade.
Glória a vós, Senhor, nosso Deus!

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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