29 março, 2007

Jesus foi um Homem Bom

Pai Santo, reconheço no Rabbi de Nazaré
uma personalidade acima de qualquer mediocridade.

O jeito de estar com as pessoas, de formar os apóstolos,
de lidar com as autoridades judaicas
e de passar pelos “apertos” da sua Vida
revela um Coração humano
verdadeiramente Uno, Inteiro, Livre e Apaixonado.

Jesus era um Homem Bom
porque fazia renascer a Esperança nas pessoas.

Voltavam a acreditar em si próprias
e na possibilidade de viverem uma Vida Feliz!

Jesus não era um “pregador beato”.
Anunciava a Verdade e a Novidade
de um Deus que torna o Homem mais Humano!
E ele era o rosto visível do seu Evangelho.
Ele era o seu Evangelho Incarnado,
porque era o Homem mais Humano
que já tinha passado por aquelas bandas
de gente oprimida e acinzentada nas escravidões da Lei
e nos medos das “azias de Iahvé”!

Na sua Bondade resplandecia inteira a Tua Bondade, ó Pai!
Por isso a sua presença era libertadora e as suas palavras eram eficazes,
porque realizava tudo ungido pelo Teu Espírito.

Jesus era um Homem Bom porque não se conformava com a injustiça.
Não se tornou um revoltado por causa disso,
mas sim um Homem com gestos e opções claras
no sentido de denunciar as causas dessa injustiça
e propor critérios de um mundo novo ao qual chamava Reino de Deus.

Jesus não era um benfeitor pontual dos pobres,
mas um lutador contra as causas da pobreza,
que têm sempre a ver com a arbitrariedade do Coração Humano
e com um sistema legal que estrutura a desigualdade
e a escravidão de consciências.

Andava com pecadores e deixava-se tocar publicamente por prostitutas.
Jesus era um Homem Bom porque nunca repelia ninguém
.
Quem o procurava encontrava nele um “lugar” de encontro consigo próprio.

As suas palavras libertavam
porque coincidiam com o que o ser humano precisa mesmo de ouvir
para não se deixar derrotar pelo Homem Velho.

A sua “hierarquia de importâncias”
era conforme à Tua “hierarquia de importâncias”, Pai!

Nos diálogos longos contigo, Abba,
Jesus foi-se apercebendo que não era Tua
“a tal Lei” que os fariseus e sacerdotes esgrimiam em Teu Nome!

Jesus era inegavelmente um Homem Bom
porque nenhum homem mau gostava dele!

Os que massacravam as pessoas com as suas leis, odiavam Jesus.
Os opressores nunca conseguem suportar os homens livres!
Quando às vezes o tentavam provocar, durante a sua itinerância,
revelava-se toda a Verdade e coerência da sua Bondade.
Então, a Bondade do seu Coração
ganhava na sua boca e nos seus gestos um timbre profético
que não se podia derrotar lutando com as mesmas armas.

A Bondade não tem nada a ver com ingenuidade nem fraqueza, pois não Pai?
É a procura comprometida daquilo que é Bom,
a procura do melhor do Homem e da Tua Verdade,
que são sempre coincidentes.

Por isso, a Bondade implica sempre uma existência profética.
A força de um Homem Bom é a força de um profeta: a Verdade!


Tenho a certeza de que este dia vai ser BOM!

Rui Santiago

21 março, 2007

DEUS NÃO QUER SACRIFÍCIOS HUMANOS



Deus Santo,
Obrigado por não serdes um Deus violento,
nem gostares de sacrifícios humanos.

Logo no começo da História Bíblica vós vos revelastes a Abraão
como um Deus que não quer sacrifícios humanos.


Abraão foi um homem fiel que tomava o seu Deus muito a sério.
De tal modo ele gostava de vós, Deus Santo,
que decidiu dar-vos tudo, a fim de mostrar o seu amor por Vós.


Este desejo de dar tudo ao seu Deus levou Abraão
por-se a hipótese de vos sacrificar o seu filho Isaac.

Este era o sacrifício mais doloroso que ele poderia fazer.
Eis a razão pela qual ele pensou
que esta seria a melhor maneira de vos mostrar o seu amor.

E foi assim que Abraão começou a fazer planos
para realizar o sacrifício do seu filho.

No momento em que estava para consumar este sacrifício
Vós mandastes, Deus Santo, um anjo que lhe gritou,
dizendo para desistir do seu intento (Gn 22, 1-16).


E foi assim que Abraão compreendeu
que os sacrifícios humanos não vos agradam
e que vós nãop precisais de matar inocentes
para perdoardes aos homens.


Face à morte cruel de Jesus Cristo,
os primeiros cristãos não sabiam como justificar
este acontecimento que parecia indicar
que Vós, Deus Bendito,
não aceitastes as
pretensões messiânicas de Jesus.


Na verdade, naquele tempo,
as pessoas pensavam que tudo o que acontece
era decidido pontualmente por Vós, Deus Santo.


Foi esta a razão pela qual os cristãos começam
a pregar, dizendo que Jesus sofreu aquela morte cruel
porque vós o exigistes, a fim de poderdes
perdoar os pecados da Humanidade.


Este modo de ver distorceu a vossa imagem, Deus Santo.
Na verdade,
Vós não precisais de matar um inocente,
para perdoar aos pecadores.

Vós sabeis amar de modo incondicional e,
portanto,
sabeis perdoar de graça.

De facto, a vossa justiça
não é a justiça dos tribunais humanos,
mas sim a justiça do amor,
pois vós sois Amor, como diz a Bíblia (1 Jo 4, 7-8).


Como sois amor,
Vós só podeis aquilo que pode o amor.
A justiça do amor
é aquela que reina entre pais bondosos e seus filhos,
mesmo que estes, por vezes,
façam asneiras.

A justiça do amor é também aquela reina
entre o marido que ama a esposa
e a esposa que ama o seu marido.

Quando o casal recorre aos tribunais
para resolver os seus problemas ou dificuldades
é sinal que ali, o amor já morreu.

Vós sois, Deus Santo,
amor que não morre (1 Jo 4, 16).

Nós sabemos que um pai humano,
apesar de ser limitado,
é incapaz de matar o seu filho
para poder perdoar
ou satisfazer a sua sede de justiça.


Os pais humanos,
apesar de pecadores,
sabem perdoar de graça.


Jesus pregava dizendo que tu,
Pai Santo,
és amor incondicional.

Depois insistia,
dizendo que nós te devemos imitar,
procurando ser bondosos,
como tu, Pai Santo,
és bondoso (Lc 6, 36).
Jesus explicou aos seus discípulos
que deviam aprender a perdoar sempre.
Deviam exercitar a bondade,
a fim de serem perfeitos
como tu és perfeito (Mt 5, 48).


O próprio Jesus não perdoou
aos que oo mataram.
De facto, no momento de morrer,
ele pediu perdão para os seus assassinos.

Deus Santo,
O que vos agradou em Jesus
foi a sua fidelidade incondicional

e não aquela morte cruel,
a qual foi um crime e um pecado.

São Paulo diz que Jesus foi
fiel e obediente até à morte de cruz (Flp 2, 8).

Foi a sua paixão
pela pregação do Evangelho
e por fazer a vontade de Deus,
o que vos agradou verdadeiramente
em Jesus Cristo.

De facto, apesar de se aperceber que o iam matar,
Jesus não começou a desdizer-se.

Pelo contrário,
continuou fiel à sua missão,
ao ponto de se sujeitar a uma morte injusta,
apesar de ser o mais inocente dos homens.


Glória a Vós Deus Santo,
pois sois amor e nada mais que amor.


Com uma saudação muito amiga
Calmeiro Matias


















15 março, 2007

APRENDER A VIVER E A MORRER



Deus Santo,

O evangelho de São João diz-nos que

nascemos para renascer (Jo 3, 3-6).

Isto não acontece com nenhum animal.

Com efeito, só o ser humano sabe que vive para se construir

e que vai morrer para atingir a plenitude da vida.


O acto de morrer, portanto,

é a derradeira possibilidade que temos para renascer.


Deus Santo,

Obrigado por termos consciência

de que um dia havemos de morrer.

Aconsciência da nossa morte, realmente,

ilumina o sentido que a vida tem.

O sentido da vida e o sentido da morte caminham, portanto,

a passo igual.


É esta a razão pela qual

o sentido máximo da vida acontece na fase final da nossa existência.`

À medida em que evoluimos na capacidade

de saborear o sentido da vida e da morte,

vamos compreendendo melhor

que a grande razão que vale para viver

é a mesma que vale para morrer: O Amor.


Jesus ensina-nos que o amor

atinge a sua profundidade máxima

quando o ser humano se dispõe

a dar a sua vida pelas pessoas que ama.


Felizes das pessoas

que sabem gastar a vida

pelas causas do amor,

mesmo que essa opção

encurte o tempo da sua existência na terra.


Na verdade, quem ama até dar a vida pelos outros,

atinge a densidade máxima a que a vida pode chegar.

Para estas pessoas a morte

não tem qualquer sentido de uma tragédia final.


Isto torna-se ainda mais claro

se iluminarmos o sentido da vida

com o acontecimento da ressurreição de Jesus.


Na verdade,

quem decide gastar a vida pelas causas do amor

vai morrendo todos os dias ao homem egoísta que há em nós.


Morrer para dar vida é,

portanto, a maneira mais perfeita de viver

e rebentar os muros estreitos da finitude

que envolve o nosso ser exterior.


Por ser espiritual,

a nossa interioridade

não cai sob a alçada da morte.

Por outras palavras,

a morte não mata a pessoa,

mas apenas o nosso ser exterior ou individual.


Mas a pessoa só atinge a sua plenitude

ao ressuscitar.

Graças à nossa união orgânica

com Cristo ressuscitado,

o Espírito Santo, opera a nossa

ressurreição no próprio acto de morrer.


À luz da ressurreição de Cristo,

a razão fundamental da nossa existência na história

não é apenas prolongar

o mais possível a vida mortal,

mas construir a vida eterna mediante o amor.


Ao comunicar-nos o Espírito Santo,

Cristo ressuscitado deu-nos o fruto da Árvore da Vida

da qual Adão tinha sido privado (cf. Gn 3, 22-24).


Com uma saudação muito fraterna
Calmeiro Matias









06 março, 2007

Obridado por estares comigo!

Senhor Jesus,
o teu Evangelho conduz-nos à Verdade,
que não é uma coisa que se sabe ou diz,
mas a experiência de viver de acordo com o Amor.


Na medida em que vamos moldando a nossa consciência
segundo os apelos do Amor
vamos sintonizando a Vida com o Projecto Eterno de Deus,
vamo-nos abrindo ao poder da tua Ressurreição,
vamos construindo a comunhão com os irmãos numa profundidade nova,
vamo-nos até sentido mais unidos a este Cosmos gigante e maravilhoso
que no Ser Humano se concretiza com uma complexidade admirável!


Todas as coisas ganham encanto e nós tornamo-nos mais fortes.


Sim, Jesus, tornamo-nos mais fortes
quando já não nos deixamos escravizar pelos nossos impulsos de violência.
Tornamo-nos mais seguros
quando deixamos de ser orgulhosos
e tornamo-nos mais amáveis
quando deixamos de exigir aos outros que nos amem como nós queremos!


Começar o dia a dialogar contigo é uma fonte de Paz e Sabedoria.


Peço-te que neste dia me ajudes,
e a todos os companheiros do blog,
a agir com gestos inspirados nos teus.

Ensina-me a perguntar
“O que é que tu farias?”
em cada situação, sobretudo nas mais inesperadas ou tensas.


Obrigado, Jesus Ressuscitado, pela certeza de que estás comigo.


Tenho a certeza de que este dia vai ser BOM!

Rui Santiago

01 março, 2007

SÃO PAULO E A RESSURREIÇÃO DE CRISTO


Deus Santo.

Obrigado pela conversão de São Paulo à Fé Cristã.

Antes de se converter, ele era um inimigo acérrimo dos cristãos,

perseguindo uns e prendendo outros.


O fundamento deste seu procedimento

era a sua teologia baseada na Antiga Aliança,

a qual o impedia de reconhecer o dom prometido por Deus

naquele homem simples que era Jesus de Nazaré.


Após a sua conversão,

a ressurreição de Cristo torna-se o centro da sua teologia

e o horizonte máximo da sua Fé.


A sua experiência pascal,

concedeu-lhe a dita de comunicar de modo privilegiado com Jesus ressuscitado.

Esta experiência foi realmente a fonte da sua coragem

bem como da paixão com que ele anuncia o Evangelho.


Os perigos que corria para anunciar o Senhor ressuscitado

não nos deixam quaisquer dúvidas

de que a aparição do Senhor glorioso foi algo existencialmente muito forte,

pois modificou totalmente a sua vida.


Eis um testemunho de autenticidade

que ele nos deixou escrito na sua carta aos Coríntios:

"Se Cristo não ressuscitou,

a nossa pregação é inútil e falsa,

como é inútil e sem fundamento a vossa Fé" (1 Cor 15, 14).


Ele dizia claramente que sem Cristo ressuscitado,

a pregação do Evangelho é palavreado oco e sem qualquer fundamento.


Louvado sejas, Senhor Jesus Cristo,

pois as tuas aparições a São Paulo

confirmaram a esperança messiânica que ele,

como judeu piedoso, já tinha, mas que se recusava

a reconhecer no teu jeito simples de ser Messias.


Após a sua conversão ele grita com alegria:

"Não, Deus não nos enganou.

Jesus Cristo é realmente o Messias!


Afinal, Jesus de Nazaré não defraudou

as pessoas que confiaram nele e o seguiram.


Deus é fiel e verdadeiro,

pois cumpriu o que prometeu aos antigos patriarcas

e, mais tarde, anunciou pelos profetas.


Ao ressuscitar Jesus,

Deus constituíu-o rei universal

sentando-o à sua direita num trono de glória" (1 Cor 15, 3-7).


Obrigado, Espírito Santo,

pois és capaz de fazer maravilhas através de nós.


Com uma grande saudação fraterna!

Calmeiro Matias