13 fevereiro, 2007

Jesus, Livre até ao fim...

Jesus,
a irmã do teu amigo Lázaro, a Marta,
disse-te no meio do seu choro:
“Se tu estivesses aqui, o meu irmão não teria morrido!” (Jo 11, 21)

E bem sabes, Jesus,
como esta frase há muito me entrou pelos olhos
como uma intuição clara de que a comunhão de Vida contigo
derrota a lógica do fatalismo.

Tu dizias aos teus discípulos
que “a Fé move montanhas”
e “nada é impossível para aquele que acredita”!

A Fé introduz-nos no centro do Mistério da Vida.

O contrário disso é o fatalismo
que gera medo e resignação
e, por isso, nos conduz à morte do Coração…

A maneira como falavas aos oprimidos e injustiçados do teu Povo
e os gestos de libertação que realizavas neles,
eram a melhor proclamação do teu Evangelho fonte de Vida Nova!

O teu Evangelho derrota todo o tipo de fatalismos e não permite a resignação.

O Evangelho dos Bem Aventurados
é a notícia da Esperança
e o aguilhão interior de uma Fé que nos faz mover…

Nunca te resignaste, Senhor…

Nunca aceitaste nada como uma fatalidade…

Por isso,
até diante da morte iminente tu agiste como um Homem Livre,
e não como alguém “apanhado” por uma fatalidade…

Por Fidelidade à Verdade,
não podias fugir ao fim que te armavam os poderosos do teu Povo...

Conhecias bem a “sina dos Profetas”,
que muitas vezes não têm outra maneira de provar e defender
a Palavra que proclamam senão dando a Vida por ela!

O Espírito Santo iluminava-te interiormente
e percebias com lucidez que aquela morte não agradava ao teu “Abba”…

Sabias que Ele não precisava nem queria aquela morte violenta e pecaminosa…

Mas querias oferecer-lhe a tua Fidelidade incondicional.

E, às vezes,
há caminhos em que já não é possível voltar atrás sem deixar de se ser Fiel…

Por isso, transfiguraste tudo!

Diante da morte, disseste aos teus:
“Ninguém me tira a Vida! Sou eu que a dou livremente…” (Jo 10, 18)

Até ao “último” momento,
sempre Livre de todo o fatalismo e resignação.

Lembro-me também do Paulo, Senhor…

Estando na cadeia, escreveu ao Timóteo:
“Sofro estas cadeias por causa de Cristo, como se eu fosse um malfeitor.
Mas a Palavra de Deus não pode ser acorrentada!” (2Tim 2, 9)

Hoje, Jesus,
parece que a maior parte dos teus discípulos se esqueceram
desta Força e Liberdade do Evangelho…

Caem com um sopro e sufocam em teias de aranha…

Faz-nos redescobrir o Vigor do Espírito
e a Vitalidade da Fé que move montanhas.

Que o Espírito Criador seja em nós fonte de Criatividade
para reinventarmos as nossas atitudes,
as nossas relações e os nossos caminhos…

Porque Marta, a irmã de Lázaro, tinha razão:
“Se estivesses aqui, tudo seria diferente…”

Mas nós, às vezes, esquecemo-nos
que te chamas “Emanuel”, DEUS CONNOSCO!


Tenho a certeza que este dia vai ser BOM!

Rui Santiago


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