II-JESUS COMO PORTADOR DO PERDÃO
Muitas vezes Jesus curava os doentes e perdoava os pecados, afirmando que era esta a vontade de Deus:
“Eu não desci do Céu para fazer a minha vontade, mas sim para fazer vontade de Deus. E a vontade daquele que me enviou é esta:
Que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas o ressuscite no último dia” (Jo 6, 38-39).
Se é este o jeito de Deus amar e perdoar, como é que ele podia ter exigido a morte cruel de Jesus Cristo?
Deus não ama o pecado, e a morte de Jesus foi um pecado, pois ele era o mais inocente dos homens.
A Carta aos Hebreus diz que ele é um homem em tudo igual a nós excepto no pecado (Heb 5, 15).
Os textos que falam da morte de Jesus como sacrifício expiatório são inspirados em textos do Antigo Testamento que não se referiam a Jesus, mas sim ao sofrimento dos justos escravizados na Babilónia.
Os textos do Novo Testamento que falam do sacrifício redentor de Cristo estão decalcados nos textos e Isaías que falam do sofrimento dos justos no exílio de Babilónia (cf. Is 52,13-53, 12).
O sofrimento dos justos é insuportável para Deus. Eis a razão pela qual Deus tomou partido por eles, libertando-os.
Ao libertar os justos do exílio de Babilónia, Deus libertou também os outros membros do povo de Deus, pois o povo forma uma unidade orgânica.
É verdade que o povo de Israel merecia ser castigado. Mas devido ao facto de no meio do povo haver vários justos, Deus liberta o povo do Exílio.
Para acabar com esta situação, Deus decide libertar o povo da escravidão, a fim de libertar os justos.
Como o povo faz uma união orgânica, ao libertar os justos, Deus liberta igualmente os pecadores.
E foi assim que o sofrimento do justo se tornou redentor para os pecadores.
Por outras palavras, os pecadores foram salvos, graças ao sofrimento dos justos.
Calmeiro Matias
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