É verdade que o Espírito Santo não está encerrado na nossa interioridade espiritual, mas toca-a a partir da interioridade máxima que é a Comunhão Universal do Reino de Deus.
O Senhor ressuscitado é, pois, a Árvore da Vida cujo fruto, o Espírito Santo, nos concede a Vida Eterna (Jo 7, 37-39).
É este o mistério do Emanuel, do Deus sempre connosco. Todos os dias o Espírito Santo nos interpela no sentido de nos conduzir à comunhão com o Pai, o Filho e os irmãos.
Com a ressurreição de Jesus o Reino de Deus ficou tão perto de nós que nos toca a partir de dentro.
A Carta aos Colossenses diz que pela ressurreição de Jesus, Deus libertou-nos do reino das trevas e transferiu-nos para o Reino de seu amado Filho (Col 1, 13).
Podemos dizer que o nosso coração é a porta que dá para o Reino de Deus, isto é, para a comunhão Universal do seu Reino.
Isto quer dizer que no momento da nossa morte, se o nosso coração estiver aberto ao amor, entramos de seguida na comunhão universal do Reino de Deus.
Na verdade, o Reino de Deus é a interioridade máxima da realidade, a qual nos toca por dentro.
O evangelho de São Lucas explicita isto dizendo que o Reino de Deus está dentro de nós (Lc 17, 20-21).
Noutra passagem deste evangelho Jesus afirma que os puros de coração são felizes, pois verão a Deus (Mt 5, 8).
Isto quer dizer que o Reino de Deus é dessas realidades essenciais que só podem ser vistas pelo coração.
São Lucas diz que Maria conservava no seu coração tudo o que a Palavra de Deus lhe ia revelando (Lc 2, 19; 2, 51).
É do coração que procedem as decisões de fazer o bem ou mal, dizem os evangelhos (Mt 15, 19; Mc 7, 21).
São Paulo diz que o ser humano pode enganar os homens mas não a Deus, pois ele perscruta os nossos corações (1 Tes 2, 4).
Calmeiro Matias
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