Espírito Santo,
Jesus convidou-nos a imitá-lo, pois ele soube construir-se
como um homem manso e humilde de coração (Mt 11,29).
Tu foste, Espírito Santo, o grande modelador
do coração fiel e humilde de Jesus,
apesar de nunca o teres substituído.
Dá-nos a força para sabermos adoptar as atitudes correctas e necessárias,
a fim de sabermos moldar um coração de Homens Novos, como Jesus nos pediu.
Para moldarmos um coração de Homens Novos
é fundamental cultivar a humildade,
assumindo as nossas limitações e culpas
no que se refere às nossas recusas
de amor em relação aos irmãos.
O homem de coração bom não está sempre a culpar os outros
das suas culpas, insatisfações e fracassos.
É um excelente sinal de humildade saber aceitar as suas limitações
e procurar realizar-se com os talentos reais de que dispõe,
sem estar sempre descontente por não ser um super-homem.
Ser humilde é ser verdadeiro em relação a si e aos outros.
É também reconhecer que uma pessoa, para se realizar,
precisa dos outros, pois a plenitude da pessoa não está em si,
mas na reciprocidade da comunhão.
Para moldar um coração humilde, a pessoa deve aprender
a escutar o irmão e aceitá-lo assim como ele é.
As pessoas demasiado enredadas em si só conseguem escutar-se a si.
Eis a razão pela qual não são capazes
de sintonizar e comungar com os outros.
A pessoa humilde reconhece o seu pecado
e sabe que só o amor cura realmente as feridas do pecado.
A pessoa que deseja moldar um coração de Homem Novo está atenta,
a fim de não estar sempre a julgar os outros.
A pessoa que está sempre a criticar os outros
normalmente está a fugir de si mesma e, muitas vezes,
a projectar os próprios defeitos na pessoa dos irmãos.
Jesus disse que o coração é a fonte da qual emergem
as boas e as más decisões. Eis as suas palavras:
“É do coração que procedem as más intenções” (Mt 15, 19).
A pessoa que procura ser habitualmente amável e serena
nas relações com os irmãos já está já a realizar a viver
a bênção prometida aos mansos, os quais possuirão a terra,
diz o evangelho de São Mateus (Mt 5, 5).
A amabilidade desmonta as agressividades
com que os outros pretendem muitas vezes agredir-nos.
Ter a gentileza de dar a primazia é uma atitude
que não passa despercebida da pessoa que recebe esta atenção
e ajuda-nos a moldar um coração atento e fraterno.
Saber reconhecer os momentos oportunos para falar
e as melhores ocasiões para escutar é sinal de sabedoria.
É um excelente sinal de amor fraterno
saber evitar argumentos inúteis que só servem para exaltar os ânimos,
sobretudo quando sentirmos que não estão em causa
valores fundamentais ou uma verdade importante.
É um excelente sinal de humildade
saber reconhecer quando o outro tem razão.
Ponhamos as nossa confiança no amor incondicional de Deus,
mas não tentemos nunca a Deus
pretendendo que ele nos substitua ou esteja em nosso lugar.
Não nos devemos esquecer que, ao romper com o amor
estamos a romper com Deus.
Mas mesmo assim não somos capazes de impedir que Deus nos ame,
pois o amor de Deus é incondicional.
Por outras palavras, apesar de não conseguirmos anular
o amor de Deus por nós, podemos impedir a comunhão com ele,
pois a comunhão assenta na reciprocidade do amor
e nunca no amor unidireccional.
Na verdade, o amor pode ter uma só direcção,
mas a comunhão só pode acontecer na convergência amorosa.
Façamos do amor a Deus o rochedo sólido para edificarmos a nossa casa,
mas não nos esqueçamos de que o amor a Deus
passa sempre pelo amor aos irmãos.
Treinemo-nos na arte de facilitar a realização dos outros,
não nos esquecendo de que o importante
é aceitá-los por eles serem o que são
e não por fazerem o que gostaríamos que eles fizessem.
Nos nossos diálogos, tentemos comunicar sempre
numa linha de verdade e autenticidade.
No trato com os irmãos
não estejamos sempre a olhar só para os nossos interesses pessoais,
mas ajudemo-los com o nosso ter, o nosso ser e também o nosso saber.
Lembremo-nos de que os outros são um dom de Deus para nós,
pois são mediações para a nossa realização e felicidade,
uma vez que ninguém é feliz sozinho.
É com os outros que nós faremos parte da Família de Deus,
a qual não assenta nos laços do sangue mas sim nos laços do Espírito Santo.
Para crescermos na capacidade de dialogar e comungar com os outros
lembremo-nos de que não somos bons em tudo
e de que não somos a medida dos demais.
Sejamos agradecidos, sobretudo quando sentirmos
que os outros estão a ser atentos e respeitadores
das diferenças que há em nós.
Procedendo assim, eles estão a facilitar a nossa realização e felicidade.
A pessoa que tenta controlar e manipular os outros
nunca conseguirá ter um coração de Homem Novo,
pois está a impedir que o outro possa emergir
como pessoa livre, consciente e responsável.
As pessoas que põem o amor e a fraternidade em primeiro plano
são uma mediação privilegiada do amor de Deus para os irmãos.
A pessoa que ama o outro, apesar dos seus defeitos
está a amá-lo incondicionalmente e a impedir que ele seja posto à margem.
A pessoa que ama sabe alegrar-se com os sucessos do outro
como se fossem próprios.
Ao mesmo tempo, não se afasta dele por causa dos seus fracassos.
A pessoa humilde entende o chamamento de Jesus
no sentido de lutar contra as forças negativas do pecado,
a fim de facilitarmos o nascimento do Homem Novo,
o único que tomará parte na Comunhão da Família de Deus.
O homem de coração novo
não alimenta ressentimentos ou planos de vingança no nosso coração.
O Espírito Santo é um mestre
na arte de favorecer a emergência de homens de coração novo.
A pessoa humilde conta sempre com a sua disponibilidade
no íntimo do seu coração.
O coração novo edifica-se sobre a gratuidade.
As pessoas que dão coisas para amarrar os outros
nem são felizes nem ajudam os demais
a emergir como pessoas ser livres,
criativos e felizes.
Espírito Santo,
tu és a ternura maternal de Deus.
São Paulo diz que és o amor de Deus
derramado nos nossos corações (Rm 5,5).
Ajuda-nos, Espírito Santo, a moldar em nós
um coração manso e humilde como o de Jesus.
Ámen!
30 dezembro, 2007
Saber moldar um Coração Novo
17 dezembro, 2007
Espírito Santo e Vida Nova
Espírito Santo,
és um Espírito de Amor e, por isso mesmo, um Espírito libertador.
És a terceira pessoa da Santíssima Trindade
e és o princípio animador da união amorosa
que existe entre Deus Pai e seu Filho eterno.
Assim como Deus Pai ama com um jeito paternal,
tu, Espírito Santo, tem um jeito maternal de amar.
És a fonte da vida e todos os gestos de amor encontram em ti a sua raiz.
Sem a tua acção nos nossos corações,
os sacramentos não passavam de ritos estéreis e vazios
e as Sagradas Escrituras eram apenas letra geradora de morte,
como diz São Paulo (2 Cor 3, 6).
Do mesmo modo, a comunidade cristã sem a tua acção, Espírito Santo,
não passaria de um grupo com leis, ritos e normas,
mas sem uma vida de comunhão com Deus e os irmãos.
Espírito Santo,
Tu ressuscitaste Jesus Cristo e incorporas-nos na Família de Deus,
como filhos em relação a Deus Pai e irmãos em relação a Deus Filho (Rm 4, 4-7).
Tu és o princípio animador do mistério da Encarnação,
dinamizando a união orgânica
que existe entre o Filho eterno de Deus e Jesus de Nazaré, o Filho de Maria!
A Bíblia diz que tu és a Água Viva
que faz jorrar torrentes de vida eterna no nosso coração (Jo 7, 37-39; 4, 14).
Tu és a ternura maternal de Deus.
is a razão pela qual optimizaste o coração maternal de Maria,
capacitando-a para amar o seu Filho com um jeito semelhante ao teu jeito de Amar.
São Paulo diz que tu és o amor de Deus
derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).
Habitas nos nossos corações, diz São Paulo, como num templo (1 Cor 3, 16).
Glória a Ti, Espírito Santo, dinamismo da Vida Eterna.
Tu és o sangue de Cristo ressuscitado
a circular no mais íntimo do nosso coração (Jo 6, 63).
Louvado sejas pelo teu jeito de animar as relações entre as pessoas,
inspirando gestos e atitudes sempre novas.
Glória a ti fonte permanente de inspiração!
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
Com um Abraço fraterno,
Calmeiro Matias
04 dezembro, 2007
Descobrindo a Bondade de Deus
Jesus Cristo veio revelar-nos o amor incondicional de Deus por nós.
O amor sem limites que vós tendes por nós, Trindade Divina,
manifestava-se de modo muito claro
nas atitudes de Jesus para com os doentes,
os pobres, as crianças, os mais fracos e desprotegidos.
Os ensinamentos de Jesus acentuavam constantemente
o amor incondicional de Deus Pai por nós, ao acolher-nos como filhos.
Podemos dizer a mesma coisa do amor de Deus Filho
que nos elege incondicionalmente como irmãos.
Jesus exprimiu o amor incondicional de Deus por nós
amando-nos até dar a vida por nós.
O Espírito Santo, com seu jeito maternal de amar,
introduz-nos no Diálogo e Comunhão Familiar Divina
como filhos em relação ao Pai e como irmãos em relação ao Filho.
Jesus ensinou-nos
que, mesmo naquelas alturas em que fechamos a porta a Deus
mediante o pecado, o Pai vem todos os dias ao alto da colina
para ver se já estamos a regressar à casa paterna.
A parábola do Filho Pródigo permite-nos concluir que, nesse dia,
Deus Pai, com um coração cheio de misericórdia
vai acolher a Humanidade de braços abertos,
introduzindo os seres humanos na festa da do Reino de Deus.
Depois veste-lhes um fato novo
e manda-os entrar na sala da festa que não terá fim.
Deus Santo,
conhecer o vosso amor e a vossa ternura por nós
é um dom que nos é concedido pelo Espírito Santo.
É o mesmo Espírito Santo que nos consagra
para anunciarmos esta Boa Notícia aos nossos irmãos.
Na verdade o conhecimento da ternura de Deus por nós
é uma Boa Nova que confere pleno sentido à vida.
A grande paixão de Jesus foi anunciar aos seres humanos
a grandeza do vosso amor por nós.
É verdade, Deus Santo, que vós amais todas as criaturas,
mas nós sabemos que apenas nós, por seres pessoas humanas,
temos condições para comungar com as pessoas divinas.
Meditando o vosso amor pela Humanidade,
nós proclamamos a vossa bondade dizendo-vos:
Glória a vós Trindade Santa!
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias